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Fossas sépticas são implantadas em propriedades rurais
DATA: 06/11/2019
Alunos das Casas Familiares, instituições parceiras da Fundação Odebrecht, estão tendo acesso a serviços de saneamento básico em suas residências
Cerca de 31 milhões de pessoas vivem hoje na zona rural do país. Dessas, apenas 22% têm acesso a serviços adequados de saneamento básico, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2013. No Baixo Sul da Bahia, onde aproximadamente 50% dos habitantes estão no campo, há uma iniciativa que visa minimizar esse problema: as instituições parceiras da Fundação Odebrecht na execução do PDCIS, seu Programa Social, estão implantando fossas sépticas nas propriedades dos seus beneficiários.
É o caso de Mileno Andrade, 18, que mora na comunidade de Bonfim, em Valença (BA). Mileno é aluno do 2º ano da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN). Ele faz parte do 1º grupo de jovens beneficiados e que terá uma fossa instalada em sua propriedade, onde reside com a mãe, o padrasto e um irmão. “É fácil de construir e usar. O resíduo não vai direto para o solo: tem uma caixa de brita para onde eles vão e são filtrados. Quando chegam ao solo, não têm mais poluentes. Temos que trabalhar para cuidar das outras pessoas e do meio ambiente”, explica o estudante.
Integração entre instituições
A tecnologia social das fossas sépticas foi desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Caratinga (MG) e certificada em 2011 pela Fundação Banco do Brasil (FBB). A partir de bombonas plásticas, o sistema trata o esgoto doméstico e evita a contaminação do solo e da água. A Organização de Conservação da Terra (OCT) também já vem implantando as fossas nas propriedades de seus beneficiários e realizou capacitações com as três escolas que fazem parte do PDCIS [CFR-PTN, Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I) e Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf)] para que os alunos em formação e suas famílias tenham acesso a saneamento básico.
Para Eduardo Mamédio, Líder da Conservação Produtiva na OCT que participou dos treinamentos, “é muito bom ver essa tecnologia sendo disseminada em propriedades rurais do Baixo Sul. A fossa funciona bem no tratamento do efluente sanitário doméstico, diminuindo a contaminação do ambiente e a disseminação de doenças. Temos bons resultados onde já implantamos, sobretudo quando ela é associada ao quintal produtivo, com o aproveitamento do efluente já tratado na irrigação de culturas perenes”, afirma.
Cada Casa Familiar tem uma empresa parceira que viabiliza os recursos para implantação e a quantidade de jovens contemplados nesse primeiro momento. A CFR-PTN está ao lado da Fundação Banco do Brasil e vai implantar 30 projetos. A CFR-I e a Cfaf contam com o apoio da Braskem e beneficiarão, respectivamente, 12 e 10 famílias. Rita Cardoso, diretora da Cfaf, explica como funcionou a seleção dos estudantes. “Fizemos uma pesquisa inicial e identificamos aqueles que mais necessitavam no primeiro momento, visando questões de saneamento e higiene”, diz.
De acordo com Rita, existe a intenção de ampliar o número de atendidos em 2020. Além disso, a escola segue buscando por formas de debater o tema e ampliar sua visibilidade nas comunidades. “Publicamos um trabalho acerca das fossas sépticas e com isso dá maior visibilidade sobre saúde ambiental e bem-estar para todos. Apresentamos na Semana de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal Baiano, em Valença, em outubro”, conta Rita.
Aline Novais, mestre em agronomia e professora de biologia da CFR-I, reforça que a adoção dessa técnica intenta melhorar as condições de vida do produtor rural e sua relação com o meio ambiente. “Todas as etapas desse projeto têm aumentado significativamente a autoestima do agricultor, que se diz mais feliz por poder receber uma visita em casa. É o que vem sendo notado a partir do momento em que a propriedade ganha uma fossa séptica”, afirma.
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