De mãos dadas com a Enseada, as lideranças das comunidades de São Roque e Enseada do Paraguaçu estão ativamente...
Educação quilombola e antirracista é tema de TDT da Enseada
DATA: 14/08/2024
A Fundação Cultural Palmares destacou em sua anuência para implantação do estaleiro, durante o processo de licenciamento ambiental, a importância da Enseada realizar ações de disseminação de informações referentes aos quilombos de Maragojipe e seus principais aspectos culturais entre os trabalhadores, por meio de atividades regulares que contribuam para a valorização e fortalecimento dos aspectos étnicos e socioculturais dessas comunidades que se encontram no entorno do empreendimento Enseada.
Nesse sentido, no dia 25 de julho, a Enseada promoveu, no âmbito do Programa de Educação Ambiental voltado para os trabalhadores, a palestra interativa “Educação quilombola e antirracista”, ministrada pela Historiadora e Coordenadora de Educação Quilombola de Maragojipe, Emanuela Araújo. Realizada durante o Treinamento Diário de Trabalho (TDT), participaram da atividade 55 integrantes e colaboradores de empresas parceiras, prestadoras de serviço e clientes.
Na oportunidade, abordou-se também a data comemorativa do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, comemorado anualmente em 25 de julho, no Brasil a data homenageia Teresa de Benguela, heroína negra que liderou o quilombo do Quariterê, no Mato Grosso do Sul.
Para Emanuela Ramos, Coordenadora de Educação Quilombola de Maragojipe, o evento representa:
“Eu primeiramente me sinto honrada e como eu sempre abro as minhas falas dizendo que é sempre um ato revolucionário quando uma mulher negra está com um microfone na mão, porque infelizmente as mulheres negras estão na base da pirâmide social no Brasil e também no mundo. Então isso para mim é extremamente significativo ainda mais nesse dia de hoje falar da importância do debate para as questões antirracistas no nosso município. Todos nós somos sujeitos históricos e também somos educadores então é importante que eles levem para seus lares, para seus círculos sociais a importância do debate antirracista não só na perspectiva educacional, mas no âmbito também familiar e no âmbito da comunidade que ele vive, que eles agreguem dentro da empresa também e que aprendam a respeitar a diversidade racial ou de gênero. Parabenizo vocês da empresa Enseada com essa contrapartida social que é muito importante com seus funcionários. A gente não tem como exercer nossa cidadania plena se nossos diretos vêm sendo corrompido em algum setor, enquanto educadora me sinto extremamente honrada em participar e celebro o material de vocês como uma escrita ancestral, um tesouro que foi exposto na história oral e legitimou na história escrita, espero que vocês sigam apoiando projetos que fomente a literatura principalmente a literatura negra e antirracista que ainda é um pouco inviabilizada em nosso país.”
De acordo com Emanuele, é importante ressaltar que mesmo com promulgação das leis federais de 10.639/03 e 11.645/08 que torna obrigatório o ensino de história Afro-brasileira e Indígena, apenas 30% das escolas implementam efetivamente esse conteúdo em seus currículos.
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