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Quais são os reflexos da queda da ponte de Baltimore no mercado de seguros?
DATA: 30/04/2024
Na madrugada de 26 de março deste ano, o navio porta-contêineres DALI, de 32 mil toneladas, atingiu um dos pilares da ponte Francis Scott Key, em Baltimore, nos EUA. A ponte desabou, e as imagens impressionaram. Os reflexos do acidente preocupam diferentes setores do mercado ao redor do mundo, especialmente o de seguradoras, de resseguradoras e de Clubes de P&I.
Segundo analistas da Morningstar DBS, agência internacional de rating de crédito, a queda da ponte de Baltimore pode impactar até US$ 4 bilhões. A estimativa tem como base o período prolongado em que o porto deve permanecer fechado depois do choque e a cobertura de interrupção de negócios e lucros cessantes que acontecem dentro desse espaço de importação e exportação.
Para termos ideia, somente os gastos para reconstruir a ponte devem ultrapassar US$ 600 milhões, o equivalente a mais de R$ 3 bilhões. Somados aos danos materiais, às lesões corporais e às mortes, há um reflexo no setor mundial de seguros.
Além da busca de ressarcimento pelo bloqueio de negócios, deve ser acionado um número considerável de apólices que envolvem indenizações por responsabilidade civil geral e marítima (P&I), casco e máquinas, operador portuário, riscos operacionais e carga, por exemplo.
No que tange às cargas, caso o armador declare avaria grossa, o que é esperado em breve, os proprietários e seguradores envolvidos deverão apresentar a garantia para a avaria grossa a fim de que possam retirar suas mercadorias que não foram danificadas ou perdidas. Essa garantia é ofertada por uma cobertura no seguro de transporte. E na condição de o proprietário da carga não ter seguro, ele deverá efetuar o pagamento determinado por entidades independentes.
Entre suspeitas de pane elétrica, de combustível de má qualidade ou até de falta de orientação em relação ao tamanho do navio e da ponte, os motivos que levaram ao acidente ainda são desconhecidos. No entanto, investigadores apuram a situação e já conseguiram chegar ao gravador de dados do navio. O conteúdo desse objeto pode ajudar a esclarecer o que deu errado.
Entender a causa dos problemas que levaram ao acontecido é fundamental, haja vista que o dono do navio entrou com uma petição no Tribunal Distrital dos EUA, em Maryland, para limitar sua responsabilidade pelo acidente ao valor da embarcação. Os custos são estimados em cerca de US$ 43,7 milhões, incluindo também as receitas pelo transporte das mercadorias a bordo. Essa solicitação só poderá ter sucesso caso os defeitos não tenham sido perceptíveis antes do início da viagem.
São situações como essa que mostram a importância de todos os envolvidos estarem devidamente segurados. Com essa precaução atendida, é possível afastar o risco de não ter a cobertura limitada em um eventual prejuízo diante de circunstâncias como a pessoa responsável por causar o dano não estar adequadamente segurada ou existir alguma limitação de responsabilidade. Quando todos estão segurados em diferentes âmbitos, como o de seguro de vida, a garantia de cobertura é consideravelmente maior.
Não é a primeira vez
O caso chama a atenção para a importância e o cuidado de ter cobertura securitária para diferentes tipos de exposições do negócio. Afinal, não é a primeira vez que isso acontece. Em 2012, o naufrágio da embarcação italiana Costa Concordia durante um cruzeiro gerou US$ 1,5 bilhão em perdas seguradas. Quantidade, até então, recorde de perdas seguradas marítimas no mundo.
Outra situação mais recente ainda aconteceu no Mar Vermelho. Devido aos ataques dos rebeldes Houthis, do Iêmen, com mísseis e drones às embarcações comerciais que navegam na região, uma das principais rotas comerciais do mundo está bloqueada. Com isso, a alternativa é uma rota mais longa e cara, inclusive em termos de seguros contratados, arriscando o fornecimento de bens e de produtos que impactam o resultado de empresas e de novos negócios.
É essencial estar preparado para mitigar os riscos
As empresas podem encontrar produtos de seguros que cobrem danos causados por acidentes parecidos com os mencionados neste breve artigo. O importante é que juntas, empresa e mercado segurador, façam uma boa gestão de riscos e estejam atentas ao clausulado das apólices, que pode variar de acordo com a negociação.
Compreender essas nuances e contar com o apoio de soluções personalizadas e de profissionais qualificados e de confiança são as formas mais efetivas de garantir que a companhia faça a transferência adequada de risco, com o objetivo de mitigar sua exposição, e tenha cobertura securitária em eventuais incidentes.
(Reprodução imagem/Valor Econômico)
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