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Um farol em meio à tempestade
DATA: 30/09/2020
O ano de 2020, sem nenhuma dúvida, vai ficar na memória dos que o viveram e certamente será lembrado nos livros de história como o ano da primeira grande pandemia do século XXI. Estamos atravessando, talvez, a fase mais aguda da doença no Brasil, que tem o estado de São Paulo como epicentro, responsável por mais de 20% dos casos no país. É uma verdadeira tempestade, situação que requer orientação, planejamento e persistência para ser superada. E é justamente em momentos adversos como este que florescem lideranças capazes de nos conduzir a melhores caminhos. Falamos aqui da Dra. Denize Lopes, Médica do Trabalho há 24 anos, dos quais 16 dedicados à OEC, responsável pelas diretrizes que vem ajudando a empresa e seus Integrantes a superarem este desafio incomum. Conheça um pouco mais do seu trabalho e de como ela vem encarando este momento.
Depois das primeiras notícias sobre o espraiamento do vírus a partir da China, o que passou por sua cabeça? Imaginava que chegaria ao Brasil e com tanta força?
Sim, imaginei que o vírus chegaria até o Brasil, principalmente porque tínhamos o carnaval em fevereiro, com um fluxo enorme de estrangeiros neste período e nenhuma medida sanitária implementada até aquele momento pelos órgãos responsáveis. O Brasil é um país continental, com uma diversidade enorme entre as regiões, sem um alinhamento de normas sanitárias entre governo federal, estaduais e municipais e com sistema de atendimento à saúde pública deficitário. Estava claro para mim que sofreríamos um baque muito grande com uma pandemia desta proporção.
O que você sentiu quando foi decretada a pandemia pelo novo Coronavírus aqui no Brasil?
Senti medo, insegurança e vontade de conhecer mais sobre este inimigo para iniciar o combate de forma “cirúrgica”. Era uma situação em que não tínhamos margem para erros.
O que a área médica faz num momento como estes? Existe algum procedimento ou ação adotada antes mesmo de serem emitidas as primeiras diretrizes?
Ninguém estava preparado. Até mesmo os hospitais mais bem estruturados de São Paulo cometeram equívocos e tiveram que refazer protocolos já utilizados e eficientes antes do Coronavírus. A área de saúde ocupacional da OEC teve que aprender sobre infectologia, epidemiologia, pneumologia e saúde pública. Tivemos que organizar protocolos, estabelecer ações conjuntas, mesmo conhecendo ainda tão pouco sobre este novo vírus. Os primeiros protocolos emitidos foram muito simplórios, mas, com o melhor conhecimento do vírus, fomos organizando nossas ações de forma mais estruturada.
O que foi feito pela área médica da OEC para proteger os seus Integrantes? Que ações foram implementadas?
O principal trabalho a ser feito era orientar a empresa quanto às medidas de prevenção no ambiente do trabalho. Executar as medidas de manejo clínico. Neste sentido, estabelecemos um fluxo de comunicação com a finalidade de levar até o nosso integrante as informações sobre o Coronavírus e, principalmente, as ações de proteção individual e coletiva que seriam aplicadas, enfatizando a etiqueta respiratória, a higienização das mãos e o distanciamento social seletivo. Esta comunicação deve continuar ocorrendo e por diversos canais, utilizando principalmente os Treinamentos Diários de Segurança.
Além disso, adotamos medidas nos diversos ambientes como a intensificação na higienização dos locais de trabalho, a disponibilização de locais adequados para a lavagem das mãos e dispensers de álcool em gel. Estabelecemos normas de espaçamento em refeitórios, vestiários, salas de trabalho, ônibus da empresa. Estabelecemos o emprego de ventilação natural ou exaustores, evitando uso de ar condicionado, além da manutenção da higienização de eventuais equipamentos com filtros. Propomos alternativas de jornadas de trabalho, rodízios e home office, reuniões por videoconferência e o cancelamento de todas as viagens, enquanto durasse o isolamento social. Por fim, orientamos sobre o adequado fornecimento de máscaras caseiras de proteção. Isso sem falar nas ações de manejo Clínico e Epidemiológico com o estabelecimento de procedimento de triagem de sintomáticos e de aferição de temperatura diariamente, elaboração e implementação de protocolos específicos para o Coronavírus, com medidas de isolamento sanitário, tratamento de sintomáticos, diagnóstico através de testes rápidos, avaliação no retorno ao trabalho, entre outras ações.
Na OEC, como você avalia o resultado das ações?
Considero ainda muito cedo para termos uma avaliação mais detalhada deste enfrentamento. Neste momento considero que nossas ações foram adequadas e responsáveis a cada fase que enfrentamos até agora. O desafio é enorme, pois temos vidas envolvidas e precisamos ser prudentes a cada passo dado.
Você já havia vivido situação semelhante em sua jornada profissional?
Nunca havia visto algo parecido e espero não ver de novo.
Como decidiu tornar-se médica e, especialmente, médica do trabalho?
Desde pequena queria ser médica, só não lembro muito a partir de quando. Sou gastroenterologista e médica do trabalho. Minha vida profissional basicamente foi atuando em consultório até o momento em que a Odebrecht me convidou para trabalhar de forma integral, dedicada e eu aceitei o convite. Cá estou há 16 anos.
Como imagina que será o ambiente de trabalho daqui pra frente? Muita coisa vai mudar, não apenas nas empresas, mas na vida de modo geral?
Espero que mude, pois não podemos esquecer destes momentos tão difíceis que estamos vivendo. Precisamos aprender com ele. Precisamos entender que não podemos descuidar da nossa saúde, pois doenças crônicas e hábitos errados nos colocam em uma posição de muita fragilidade. Quantas pessoas morreram por serem hipertensos e não conseguiram reagir ao processo inflamatório que o vírus provoca? Precisamos aprender a cuidar do outro. Se estou doente devo ficar em casa, cuidando da minha saúde e respeitando o meu colega de trabalho.
Precisamos lutar por um atendimento de saúde pública que permita que todos tenham acesso a vacinas, a terapias, a exames, a internação, a UTI, a um respirador e a vida. Precisamos ter como hábito o que é mais simples: lavar as mãos, deixar os sapatos fora de casa, praticar a etiqueta respiratória, ser saudável.
Que conselhos você pode dar para os Integrantes neste momento?
Tudo isso vai passar. Demora ainda um pouco, pois a curva demora a descer completamente e ainda vai oscilar antes de sumir completamente. Mas em breve vamos ter uma vacina e novos remédios já estão sendo usados com resultados muito melhores do que tínhamos no início da pandemia. Cuide-se. Cuide do outro. Seja responsável. Sua atitude salva vidas: a sua, a minha, de todos.
1 Comentário
Parabéns pela forma como respondeu as perguntas e creio que a nossa Empresa continuara a cuidar dos nossos Integrantes como sempre fez. Prova disso e a atenção e cuidados que a equipe de saúde seja no Brasil ou Exterior tem conduzido o tema data em tela.