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  • Riscos e seguros para projetos de energia eólica offshore

    DATA: 23/08/2021

    Publicado por: Horiens

    A geração de energia eólica em alto mar é considerada uma das mais promissoras fontes de energia renovável para os próximos anos, com previsão de crescer oito vezes até 2050, de acordo com a International Renewable Energy Agency (IRENA). 

    Atualmente as regiões costeiras dos países europeus concentram a maior parte dos parques eólicos offshore. Porém, o setor tende a crescer cada vez mais, abrangendo também países emergentes, como o Brasil. Segundo o estudo Expanding Offshore Wind to Emerging Markets, do Banco Mundial, o país tem um enorme potencial – cerca de 1.228 GW – para abrigar essa modalidade de projeto.

    Como fazer a gestão de riscos em projetos de energia eólica offshore?

    As atividades de um parque eólico offshore englobam as etapas de compra, fabricação, transporte, instalação, conexão de linhas, operação, manutenção e descomissionamento. Entender esse fluxo é fundamental para mapear bem os riscos envolvidos no processo, assegurando a sustentabilidade do projeto.

    “Para começar, é preciso observar standards internacionais, como por exemplo a ISO 31000:2018 (Gestão de Riscos – Diretrizes). Além disso, a análise dos riscos não deve limitar-se àqueles de perfil operacional, mas também a exposições relacionadas com a estruturação do negócio, o que inclui riscos financeiros, obtenção de licenciamentos ambientais, parcerias, dentre outros”, explica Rafael Souza, diretor de riscos e seguros para o setor offshore na Horiens. 

    Riscos e sinistros mais comuns

    Apesar de haver ainda pouco histórico de sinistros em projetos de turbinas eólicas em alto mar, quando comparamos com demais projetos complexos, os sinistros e perdas mais comuns estão concentrados especialmente na fase de construção.

    Nessa fase, os principais incidentes são: colisão de embarcação, acidentes durante a instalação da torre, problemas na fundação, danos aos cabos submarinos, falha de projeto, design ou engenharia, entre outros.

    Já na fase de operação e manutenção, os eventos mais comuns referem-se à queda na água, escorregamentos, problemas mecânicos na turbina, falha no cumprimento de procedimentos, erros operacionais e danos ambientais.

    “Além das fases de construção, operação e manutenção, é importante olhar com atenção para a etapa de descomissionamento, que abrange riscos ambientais relacionados à retirada do equipamento em alto mar e descarte de materiais bem como questões de regulações ambientais”, destaca Rafael. 

    Seguros para parques eólicos offshore

    A transferência de determinados riscos por meio de apólices de seguros é necessária para a sustentabilidade do fluxo de caixa do projeto ou da empresa que está à frente de sua execução, assim como para a empresa contratante, que terá a concessão para explorar a área.

    Na fase da construção de um parque eólico, a contratação de um programa seguros de construção é um passo importante, que abrangerá também a cobertura de instalação de cabos, riscos de transportes, remoção de destroços, despesas extraordinárias, entre outros. 

    Outras modalidades de seguros, como danos a terceiros, poluição e responsabilidades civis gerais são essenciais para projetos desta natureza. É importante também proteger-se de eventuais impactos no fluxo de caixa, ocasionados por determinados eventos e, para isso, são recomendados seguros de atraso no início das operações (Delay in Start Up – DSU).

    Quando falamos da fase de operação e manutenção, devem ser considerados os seguros das embarcações envolvidas, como casco e máquinas (hull & machinery) e responsabilidade civil marítima (P&I – Protection & Indemnity), além de seguro de danos físicos das turbinas eólicas e responsabilidade civil, esta última destinada a resguardar o proprietário do parque eólico em casos de eventuais reclamações legais, riscos de poluição e remoção de destroços, por exemplo. 

    “Um ponto essencial a se considerar também são as situações em que há a subcontratação de empresas”, alerta Rafael. “Nesses casos, deve-se realizar um diligenciamento dos programas de seguros dessas contratadas, tendo em vista que a proprietária ou operadora do parque eólico pode vir a ser responsável também por ações ou omissões dessas empresas. Além disso, em geral, os prestadores de serviços com programas de seguros robustos tendem a passar por maior escrutínio por parte de seus seguradores, apresentando um perfil de risco superior às empresas que eventualmente negligenciam a contratação de seguros”, completa.

    Riscos e seguros para projetos de energia eólica offshore

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