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  • Inovação para mitigar riscos em projeto angolano

    DATA: 03/05/2024

    Publicado por: Horiens

    Conheça os desafios e a solução inédita implementada para entregar parte da infraestrutura do Terminal Oceânico da Barra do Dande, um dos principais empreendimentos de Angola

    O desafiador projeto envolvendo a construção, entrega e instalação de 34 vasos de pressão, conhecidos como “bullets”, para armazenamento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), em Angola, foi finalizado no final de 2023 com grande êxito e muitas histórias para contar.

    A complexa operação foi liderada pela OEC e sua subsidiária Tenenge, especializada em grandes obras industriais, em apoio à estatal petrolífera Sonangol, responsável pelo Terminal Oceânico da Barra do Dande.

    “Trata-se de um empreendimento estruturante para a economia e a segurança energética de Angola. Este tipo de projeto é uma especialidade da OEC e exigiu grande dedicação de nosso time de engenheiros, de nossos parceiros e de todas as demais equipes envolvidas. Um trabalho complexo que foi concluído com grande êxito e reconhecimento”, destaca Alex Bastos, diretor de Contratos da OEC em Angola. Os bullets são parte essencial da infraestrutura planejada pela Sonangol para o terminal e sua instalação contou com um arranjo totalmente inovador: do método construtivo à logística de entrega, com obstáculos que foram superados um a um em um trabalho que levou cerca de dois anos para ser concluído.

    “A Horiens vem nos apoiando neste desafio desde início, aportando sua experiência em mapeamento, avaliação e transferência de grandes riscos ao mercado segurador, uma etapa sensível do projeto”, explica Diogo Silva, gerente de Produção da OEC em Angola.

    Arlecio Rodrigues, gerente de Riscos e Seguros na Horiens e responsável pelos programas de seguros de Infraestrutura do mercado África, conta que o diálogo constante com a equipe para entender toda a engenharia implementada para o transporte das peças foi um dos fatores preponderantes para a transferência e aceitação do risco por parte do mercado segurador.

    “Pelo ineditismo deste projeto, houve muito cuidado em mapear e mitigar os riscos, além de comunicar toda essa estratégia ao mercado segurador”, explica Arlecio Rodrigues. “Promover um processo de subscrição qualificado, ou seja, mapear e avaliar os riscos que envolvem uma apólice de seguro, é um dos diferenciais da nossa forma de trabalhar. As seguradoras precisam ter informações precisas do cenário para aceitar o risco de forma eficiente”, completa.

    Desbravando uma nova forma de fazer

    O primeiro e um dos maiores desafios foi definir a forma com que os bullets seriam construídos, considerando-se eficiência de prazo e custo, além de garantia de desempenho dos equipamentos na fase de operação. Uma tarefa que demandou muitas e muitas horas de análises de viabilidade.

    Os bullets são vasos cilíndricos e horizontais com 72m de comprimento (o equivalente a um prédio de 25 andares!), 8,0m de diâmetro e aproximadamente 420 toneladas de aço. São peças de difícil execução “in loco”, pois requerem controle rigoroso de qualidade e mão de obra especializada.

    Após uma série de estudos, o caminho escolhido foi a construção dos bullets fora do local do empreendimento, por fabricantes chineses que atendiam aos requisitos do projeto.

    De acordo com Débora Coting Braga Rosa, gerente de Engenharia e Métodos Construtivos da Tenenge, a decisão de produzir os equipamentos na China permitiu reduzir em seis meses o prazo de entrega do projeto. “Se por um lado isso nos trouxe segurança quanto a prazo e qualidade de fabricação das peças, por outro transportar e instalar essas estruturas exigiu planejamento e logística minuciosos”, ressalta.

    Uma grande operação logística

    A decisão estava tomada, mas novos desafios precisavam ser superados, agora em relação à operação logística: qual seria a melhor forma de transportar os 34 enormes bullets da China para o Terminal Oceânico da Barra do Dande, em Angola?

    As embarcações semissubmersíveis, muito utilizadas para transportar plataformas de perfuração, foram a escolha para este desafio, eliminando dificuldades inerentes ao transporte terrestre, que aumentariam significativamente os riscos dessa etapa.

    “Nos desafiamos a pensar fora do óbvio para conseguir entregar uma solução eficaz para o cliente e isso envolveu a utilização de navios semissubmersíveis com grandes balanços, isto é, com parte do equipamento saliente ao navio de transporte.  Trata-se de um formato inovador, não utilizado até então nesse volume, distância e complexidade”, conta Débora.

    “Para isso, buscamos todo o suporte que podíamos. Na engenharia de toda a operação, a participação do consultor especialista Jacques Raigorodsky foi essencial. Na averiguação da qualidade do processo, o apoio de empresas de excelência na área de offshore nos trouxe confiança. Na identificação e transferência dos riscos ao mercado segurador, a participação da Horiens ajudou a garantir a eficiência e competitividade do projeto. Tivemos a soma de muitas forças”, completa.

    Ao todo, para chegar a um caminho viável, foram estudados cerca de 40 navios e diversos arranjos de carregamento – uma missão e tanto!

    Riscos mitigados e diálogo com o mercado segurador
    Depois de toda esta jornada de estudos, a solução definida para o transporte considerou três viagens com os bullets posicionados transversalmente. Para que tudo corresse bem, identificar os riscos e mitigá-los era essencial.

    Para começar, o transporte marítimo dos bullets foi atestado e acompanhado pela inglesa DNV, consultoria especializada na indústria marítima. “Esse aval foi de suma importância no diálogo com o mercado segurador, pois transmitiu confiança de que o processo estava bem embasado”, lembra Arlecio, da Horiens.

    Outros riscos a serem mitigados envolveram a escolha do tipo de navio que faria o transporte, o mapeamento da melhor rota, a probabilidade de ocorrência de impacto de ondas na carga e a necessidade de garantir a estabilidade dos equipamentos no convés sem a utilização de elementos soldados nos bullets.

    “Todos esses cenários foram mapeados e endereçados com muita responsabilidade. Comunicamos isso de forma precisa para o mercado, o que contribuiu para que tivéssemos êxito e boas condições de negociação no programa de seguros”, explica Arlecio.

    A certa altura do projeto, um imprevisto fez com que os navios precisassem fazer um ajuste de rota. “A situação implicou em uma mudança do cenário de riscos, e já tínhamos o seguro colocado. Isso é natural em desafios desta magnitude, precisamos estar preparados”, ressalta Arlecio. “Conhecer o negócio em profundidade nos permitiu agir rapidamente e de maneira qualificada para alcançar uma solução equilibrada com o mercado segurador, com o mínimo impacto no caixa do projeto”, completa.

    Projeto finalizado
    Em dezembro de 2023, os bullets foram entregues e instalados no Terminal Oceânico da Barra do Dande, um momento aguardado com grande expectativa não somente pelos profissionais de todas as empresas dedicadas a esta missão, como pelo mercado.

    Com obras previstas para finalização no segundo semestre de 2024, o terminal foi concebido para se tornar um importante hub regional e internacional de produção, armazenamento e distribuição de produtos derivados de petróleo.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

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