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Confira entrevista com Marcelo Forma, sócio da ICTS Outsourcing, responsável pelo canal Linha de Ética
DATA: 03/04/2018
Quando os canais de denúncia passaram a fazer parte do dia a dia das empresas?
Marcelo Forma – O mercado americano é um forte influenciador de práticas de conformidade. O FCPA (Foreign Corruption Practice Act) foi promulgado em 1977 e ainda hoje é considerado um marco global no combate à corrupção. Mais recentemente países da Europa também deram passos importantes. No Brasil, este tipo de canal é relativamente novo. O grande impulsionador foi a lei anticorrupção, de 2013. As empresas começaram a ser mais demandadas e ferramentas, como um canal de denúncia e um código de ética, tornaram-se pilares importantes na gestão corporativa transparente.
E como estão as empresas brasileiras neste tema?
Marcelo Forma – Estão em processo de evolução. Já se caminhou bastante, mas ainda há muito o que fazer. Veja alguns números. De acordo com um estudo promovido pela ICTS chamado Nível de Maturidade de Compliance em Empresas Brasileiras, com 1417 participantes em 2017, 66% das empresas possuem um canal de denúncia, o que significa um aumento de 30% em relação a 2015. No entanto, das 66% que possuem o canal, 26% ainda não têm processo formal de apuração, tratamento e registro isento das informações.
O modelo de gestão com apoio de empresa terceirizada é uma tendência?
Marcelo Forma – Sim, as empresas entenderam que, para ampliar a efetividade e confiabilidade do canal, é importante ter um parceiro. Alguns pontos reforçam isso. A isenção e confidencialidade do canal são fatores fundamentais para quem está fazendo um relato, tanto que após a migração para este modelo, nota-se um aumento de cerca de 67% na quantidade de relatos recebidos. As pessoas se sentem mais seguras e confortáveis para fazer um relato, acabam participando mais do processo e os resultados da investigação são muito superiores. Esse é um movimento que está se intensificando no Brasil ao longo da última década.
Canais como o Linha de Ética colaboram de forma efetiva para a criação de um ambiente transparente, ético e íntegro? Como?
Marcelo Forma – Sem dúvida. Os canais recebem relatos que não chegariam a ser investigados se não tivessem sido comunicados. Hoje as pessoas têm um papel mais ativo na construção de um ambiente transparente. O canal facilita isso. Dados da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners) mostram que, nas empresas que possuem canal de denúncia, 39% das irregularidades são identificadas por meio de relatos. Com isso, os desvios são identificados 50% mais rápido e acabam impactando em 50% menos perdas financeiras.
Sobre a ICTS Outsourcing
A ICTS Outsourcing, que pertence ao grupo ICTS Protiviti, é a parceira do Grupo Odebrecht na gestão do canal Linha de Ética desde maio de 2017. Com vasta experiência no tema, foi pioneira em terceirização de canal de denúncia em empresas brasileiras. Soma mais de 10 anos de experiência e 270 clientes.
Você sabia?
A qualidade de um relato impacta de forma significativa a apuração, deliberações e consequências acerca do fato relatado?
Para assegurar a melhor qualidade aos relatos a equipe que os recebe e analisa utiliza uma técnica chamada SCAN (Scientific Content Analysis), criada em Israel na década de 80 e posteriormente desenvolvida nos Estados Unidos. A metodologia é utilizada tanto pela web quanto por contato telefônico. “A técnica é um elemento fundamental para análise do conteúdo e êxito da apuração”, destaca Marcelo Forma, sócio-diretor da ICTS Outsourcing.
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