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A coragem de ser vulnerável: 5 lições que aprendi como mentora de carreira
DATA: 04/12/2025
Neste ano, tive o prazer de participar, pela primeira vez, como mentora em um Programa de Mentoria Executiva para Mulheres. Que experiência enriquecedora! O programa, promovido pela Sou Segura – Associação das Mulheres do Mercado de Seguros, foi, para mim, uma oportunidade de organizar e reforçar muitos dos aprendizados que já vivencio no dia a dia corporativo.
Segundo o Global Mentoring Group, mentoria é “o processo de apoiar uma pessoa na identificação e criação de estados desejados, desenvolvendo e acessando seus recursos internos para obter resultados de forma acelerada.”
Desde o início desta jornada com minha mentorada, tenho refletido sobre o que realmente torna esse processo tão transformador para nós duas e como isso influencia positivamente também as trajetórias que temos construído nas organizações das quais fazemos parte.
A seguir, compartilho cinco lições que estou levando deste ciclo que se encerra neste final de ano e que acredito poderem inspirar outras trajetórias.
- Vulnerabilidade é força
Em processos de mentoria, é comum que as primeiras conversas girem em torno de metas e resultados. Tudo isso é importante, mas, no fundo, a verdadeira conexão acontece quando há espaço para a vulnerabilidade.
Quando mentora e mentorada podem compartilhar dúvidas, inseguranças e aprendizados sem receio de julgamento, a relação se humaniza e a confiança floresce. A partir daí, as conversas se tornam mais autênticas, as perguntas mais profundas e as trocas mais significativas.
Tenho certeza de que este processo é enriquecedor para qualquer profissional e ainda mais no contexto da liderança feminina, em que temos ainda muitos desafios pela frente, apesar da evolução dos últimos anos.
- Clareza de objetivos evita frustrações
Acredito que um dos pontos mais importantes em qualquer processo de mentoria é estabelecer clareza sobre os objetivos que queremos alcançar. Por isso, é essencial incentivar uma reflexão estruturada desde o início, ajudando cada participante a compreender:
- Qual é o seu plano de vida e carreira?
- Onde deseja chegar profissionalmente?
- Quais competências ou comportamentos precisa desenvolver?
- Como esses objetivos se conectam à estratégia e aos desafios da organização?
Quando existe clareza, a jornada se torna significativa, mensurável e alinhada. A mentoria deixa de ser apenas uma troca de experiências e passa a gerar impacto real, tanto no crescimento individual quanto na cultura empresarial.
- Escutar é mais poderoso do que responder
Como mentora, achei natural querer compartilhar minha própria experiência e oferecer caminhos. No entanto, a verdadeira força da mentoria está menos nas respostas prontas e mais na escuta ativa e genuína. Isso ficou muito claro para mim ao longo do processo.
Dessa forma, criar um espaço de reflexão, em que a mentorada possa se ouvir, questionar e elaborar suas próprias respostas, é o que realmente promove o aprendizado profundo.
A mentoria não é sobre apontar soluções, mas sobre construir um ambiente de confiança, onde cada mulher se reconhece como agente de seu próprio destino, ou seja, como protagonista da própria trajetória.
A mentora deixa de ser quem “dá o caminho” e passa a ser quem ajuda a fazer as perguntas certas, permitindo que cada mulher descubra, por si mesma, a direção que faz mais sentido em sua trajetória.
- Carreira com intenção e propósito de vida
Em muitos segmentos – inclusive no setor de seguros – as trajetórias profissionais costumam seguir caminhos já estabelecidos, com etapas e expectativas bem definidas. No entanto, cada carreira pode (e deve) ser construída de forma intencional, conectada ao que realmente faz sentido para quem a trilha.
Assim, participar de uma mentoria também é um convite à reflexão sobre perguntas essenciais:
- O que desejo aprimorar em mim ao longo desta jornada?
- Que legado quero deixar na organização e nas pessoas ao meu redor?
- Como minha atuação se conecta aos meus valores e motivações?
Quando a carreira é conduzida com clareza e propósito, ela ganha resiliência e significado.
- Encerrando um ciclo, abrindo caminhos
Concluindo este ciclo de mentoria, olho para trás e reconheço as conexões criadas, os aprendizados compartilhados e as transformações, muitas vezes silenciosas, que ocorrem ao longo do processo.
Mais do que resultados tangíveis, esta trajetória percorrida em dupla deixa como marcas a importância da confiança, da clareza, da coragem e do propósito. Esses elementos fortalecem não apenas o desenvolvimento individual, mas também a própria empresa e a sua cultura, criando ambientes mais empáticos e colaborativos.
Penso que percorrer o caminho dessa maneira, com intenção, abrindo espaço para o novo, é o que faz a carreira evoluir. Como diz Brené Brown, em seu livro A Coragem de Ser Imperfeito (que indico a todos): “coragem não é vencer ou perder, é se mostrar com o coração aberto, mesmo sem garantir o resultado.”
Como esses temas têm aparecido na sua experiência? Adoraria conhecer diferentes perspectivas sobre desenvolvimento de carreira.

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