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“A agricultura está na minha veia”
DATA: 27/06/2022
Edvaldo Palma é beneficiado pela OCT, instituição parceira da Fundação Norberto Odebrecht
Plantar, adubar, esperar o amadurecimento, realizar a enxertia, comercializar. Etapa a etapa, as mãos habilidosas de Edvaldo Palma, agricultor familiar de Igrapiúna (BA), aplicam as técnicas necessárias para fazer crescer as mudas de cacau em sua estufa, que serão vendidas para gerar renda para ele e para sua família. E para ter ainda mais sucesso em seu trabalho, o produtor conta com um apoio: a assistência técnica da Organização de Conservação da Terra (OCT), instituição que capacita agricultores familiares para aumentarem sua produtividade e aplicarem técnicas sustentáveis de cultivo.
Em 2022, o agricultor vai produzir uma média de 40 mil mudas de cacau – a colheita é muito demandada no Baixo Sul da Bahia, região onde Edvaldo vive e onde é implementado o Programa Social da Fundação Norberto Odebrecht, o PDCIS. No ano que vem, a expectativa é superar essa marca. “Já tenho 50 mil mudas encomendadas”, conta. E não poderia ser diferente, considerando a dedicação e o carinho colocados em sua produção. “Eu cheguei aqui [nessa propriedade] e era só capim. Chegar agora e ver cheio de plantinhas é bom demais”, conta. “Eu estou a todo vapor, especialmente com a parceria com a OCT”, diz ele.
Todos os meses, técnicos da OCT visitam presencialmente a propriedade de Edvaldo com dicas e informações sobre o cultivo do cacau e de suas mudas. Além disso, o contato também acontece por meio de aplicativos de mensagem. “O uso da técnica funciona”, explica o agricultor. “A gente recebe orientação sobre adubação, nos ajudam nas análises de solo… tudo relacionado a cacau e ao que acontece na região, a OCT está transmitindo para nós, nos atualizando. Porque se a gente ficar só preso aqui, o conhecimento não vem”, conta Edvaldo.
Beneficiamento
Entre plantio e amadurecimento, o processo de crescimento de uma muda de cacau leva cerca de 6 meses. É durante este período que Edvaldo enxerta cada uma das mudas individualmente – processo que une os caules de duas plantas para dar mais resistências a pragas e climas diferentes e aumentar a qualidade do fruto. Esse beneficiamento torna as mudas mais produtivas, o que também permite um aumento no preço de venda e uma maior valorização do trabalho do produtor. “Tem coisas que as pessoas dizem que ‘é bobagem’, mas quem compra a muda sente”, explica ele. “Já tive clientes que compraram uma muda na mão de alguém, plantaram e não nasceu. No ano seguinte, compraram comigo e a planta saiu”.
Vocação
Quem vê o sucesso da comercialização de Edvaldo mal pensa que ele já cogitou desistir: depois de sair da fazenda na qual trabalhou por uma década, ele passou a atuar como motorista. Mas logo não foi mais possível negar a vocação para a agricultura, e em 2020 Edvaldo decidiu tentar outra vez. Dessa vez, trabalhando para si mesmo. “Quando eu vi que a agricultura estava na veia, decidi voltar. Hoje eu me considero uma pessoa que conquistou a independência, não estou mais preso a um emprego”, conta ele.
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