Agricultores familiares sendo valorizados e recebendo pagamentos justos pelos produtos agroecológicos que cultivam e por práticas que contribuem para...
“Entrei na Casa Familiar em 2022 com o desejo de transformar a vida da minha família por meio da agricultura, a nossa principal atividade.” O relato é de Iasmin dos Santos, que após três anos, em 2025, integra o grupo de 109 empresários rurais recém-formados pelas escolas parceiras da Fundação Norberto Odebrecht (FNO) na execução do PDCIS, o seu programa social.
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Formação técnica de jovens agricultores beneficiários da FNO tem transformado realidades de famílias e comunidades inteiras da zona rural
Graduada pela Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I) em dezembro do ano passado, a jovem, junto a 33 colegas, recebeu em solenidade o diploma de técnica em Agronegócio. No mesmo período, também foram realizadas as formaturas da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), que celebrou a qualificação de 37 técnicos em Agropecuária, e da Casa Familiar Agroflorestal (CFAF), que habilitou 38 adolescentes como técnicos em Florestas.
“Nos enche de orgulho e alegria termos acompanhado mais uma etapa da vida desses jovens, que agora seguem seus caminhos contribuindo para o desenvolvimento de suas comunidades, onde quer que estejam”, afirma Rita Cardoso, diretora da CFAF. Para Yasmin Watanabe, recém-formada pela CFAF, os três anos em que passou na Casa Familiar “foram fundamentais para me aproximar ao que eu desejo ser no futuro”.
Eis o grande diferencial dessas instituições de ensino médio integrado ao técnico, instaladas no Baixo Sul da Bahia: aplicando práticas do PDCIS, programa voltado ao desenvolvimento territorial sustentável, as escolas atendem filhos de agricultores familiares da região, oferecendo uma educação alinhada à realidade do campo. Esse modelo de ensino reverbera na maior produtividade dos cultivos, contribuindo, consequentemente, para melhoria nas condições de vida dos núcleos familiares dos alunos, muitos deles vivendo em áreas remotas e com acesso limitado a direitos básicos, como saneamento básico e água potável.
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Iasmin e seus pais, família de agricultores do município de Taperoá (BA)
A guinada na produção da família de Iasmin dos Santos é prova desse impacto. “Com a entrada da minha filha na CFR-I, nos reerguemos. Através do conhecimento, aprendemos a trabalhar, a aplicar corretamente o calcário, o adubo. Somos a prova de que a Casa Familiar é capaz de mudar vidas”, afirma Janete dos Santos, mãe da adolescente.
Moradores de Taperoá (BA), Iasmin e sua família viviam do extrativismo, cultivando apenas guaraná e mandioca. Mas tudo começou a mudar quando, em seu primeiro ano de formação, a jovem desenvolveu o Projeto Educativo-Produtivo (PEP) de banana-da-terra, com o apoio da escola, que forneceu insumos e monitoria técnica. O resultado superou todas as expectativas e o rendimento de R$ 45.000 impulsionou a diversificação de cultivos na roça, tornando-a também produtora de cacau e cravo. Além disso, esse retorno financeiro permitiu a concretização de um sonho: a aquisição de um notebook para Iasmin, ferramenta essencial para seus estudos, que a levaram a outra grande conquista — a aprovação no vestibular para o curso de Nutrição.
Para quem contribui ativamente na formação desses jovens, acompanhar as suas jornadas de desenvolvimento é algo emocionante e recompensador. “Não temos dúvidas que estamos formando homens e mulheres que vão contribuir para a sociedade, tanto de maneira produtiva, quanto ética e profissional, com a certeza de que realizarão um excelente trabalho no futuro”, destaca Danilo Castro, educador da CFR-PTN e padrinho de formatura da turma recém-graduada.
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