A promoção da Diversidade, Equidade & Inclusão (DE&I) tem ganhado cada vez mais força no universo corporativo, e se...
Atuação pela equidade racial é destacada pela Fundação Norberto Odebrecht em evento na capital baiana
DATA: 09/08/2024
Homenageando a luta abolicionista e pluralidade religiosa do recôncavo baiano, a Fundação Norberto Odebrecht (FNO) realizou a mediação da mesa “Memórias e Resistência: A Irmandade da Boa Morte”, na abertura oficial do Mês da Filantropia Negra 2024, em evento promovido pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) no Espaço Cultural da Barroquinha em Salvador, nesta quinta-feira (8).
Com mediação de Jonas Nogueira, coordenador de Sustentabilidade da FNO, a mesa recebeu Nilza Prado e Adaildes Ferreira Lemos, da Irmandade da Boa Morte, confraria afrocatólica e primeira instituição feminista e abolicionista no Brasil, conhecida por sua atuação na alforria de escravos. Composta exclusivamente por mulheres negras, a irmandade realiza há mais de 200 anos a tradicional festa em homenagem a Nossa Senhora da Boa Morte, em Cachoeira (BA), e atualmente se dedica à promoção da cultura.
Segundo Jonas, o grande objetivo da mesa foi enaltecer conhecimentos que não estão inseridos no espaço acadêmico, valorizando saberes populares advindos de memórias e vidas de pessoas negras. “É necessária uma reflexão do investimento social privado acerca da cultura, setor que gera trabalho, renda e alimenta subjetividades. A Irmandade da Boa Morte nos ensina que a festa é também uma manifestação política, um ato de resistência que reivindica espaços historicamente negados às minorias excluídas”, afirma.
“Antes mesmo de conhecer o conceito da filantropia negra, a Fundação Norberto Odebrecht fez essa escolha para sua atuação ao definir como seu principal público-alvo as juventudes da zona rural do Baixo Sul da Bahia”, disse Cristiane Nascimento, Gerente de Sustentabilidade e Parcerias na FNO, que também participou do evento abrindo o workshop “Filantropia negra enquanto prática ancestral: traduzindo princípios negros, indígenas e quilombolas em práticas institucionais”, conduzido pela Mahin Consultoria. “Agradecemos a oportunidade de participar desse encontro, tão relevante para dar visibilidade às iniciativas filantrópicas voltadas para a transformação de comunidades e grupos em situação de vulnerabilidade, sobretudo de pessoas negras”, conclui.
O evento
Com o tema “Futuros da Filantropia Negra – uma homenagem a Martin Luther King e Nêgo Bispo”, o Mês da Filantropia Negra acontece pelo quarto ano consecutivo no Brasil, seguindo o movimento iniciado nos EUA em 2011. Organizado pelo GIFE, instituição criada com o apoio da Fundação Norberto Odebrecht e referência nacional em filantropia e Investimento Social Privado (ISP), o evento de 2024 foi realizado pela primeira vez em Salvador (BA).
Reunindo especialistas em equidade racial de todo o país, o encontro promoveu reflexões e propostas práticas para fortalecer as organizações negras e potencializar as iniciativas de doação e finanças comunitárias. “O Mês da Filantropia Negra tem ganhado uma proporção no Brasil que traz um impacto muito grande. Com esse movimento, temos como ambição fazer com que os institutos e fundações do ISP sejam de fato brasileiros; e, para isso, é necessário que nos processos decisórios a composição seja equânime, valorizando a nossa riqueza racial”, disse o secretário-geral do GIFE, Cássio França, em fala na abertura do evento.
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