No final de outubro realizamos na Horiens a 1ª Semana da Nossa Cultura, uma iniciativa proposta pela Novonor a...
Quando é possível encontrar sentido, apesar de tudo
DATA: 08/05/2020
Na Horiens, decidimos fazer um convite especial às mães que fazem parte do nosso time: e se dedicássemos alguns minutos para trazer à tona palavras e sentimentos sobre as lembranças positivas que ficarão vivas na memória de sua família e em sua vivência como mãe, apesar do atual – e imenso – desafio pelo qual todo o mundo está passando?
Se o momento é de dificuldades e luta para a preservação da vida, por outro lado, o novo Coronavírus e suas consequências fizeram aflorar nas pessoas e famílias sentimentos e aprendizados muito positivos. Ao se desdobrar em mil, não é que surgem outras mil possibilidades?
A seguir, compartilhamos um pouco da essência e da visão de algumas das nossas colegas de trabalho, neste cenário tão diferente de outras situações a que estamos habituados.
Para ficar registrado, com sentimento e palavras, todo o aprendizado e a atmosfera desta etapa da história.
Neste Dia das Mães, confira a seguir uma homenagem especial a elas e, também, a todas as famílias!
Este período de isolamento é sem dúvida um grande desafio para todos nós, afinal estamos acumulando muitas funções e papéis. Tem sido uma experiência intensa! Moramos em um apartamento e, como temos um sítio na represa Guarapiranga, decidimos passar algumas semanas da quarentena nele, pensando principalmente em mais espaço para meu filho, Bernardo, que tem 4 anos. Acumulei funções de dona de casa, cozinheira, mãe e tesoureira em home office. Enquanto estava no computador, o Bernardo estava assistindo desenhos, correndo pelo jardim, cuidando dos pintinhos que compramos, andando de carrinho elétrico, bicicleta, nadando na piscina, brincando e pedindo comida. Na última semana voltamos a nossa casa, em São Paulo. Por aqui as atividades são mais restritas e a sensação de privação aumenta, com tela nas janelas e sacada. Tenho a sensação de que este momento é muito mais difícil para nossos filhos, sem entender realmente o porquê de não poder brincar lá fora, nem ver os amiguinhos e a família. Assim, me mantenho forte, para ser seu alicerce. Sinto que agora me conheço mais, respiro mais, rezo mais e olho mais o lado positivo das coisas. Ainda vamos aprender muito com tudo isso!
Bruna Pithon
Adaptar a rotina em meio ao cenário de incertezas, isolamento social, trabalho remoto e pandemia está sendo um grande desafio para todos nós. Mas como tudo na vida, sempre existe um lado positivo. O que fica mais claro para mim é a possibilidade de compartilhar momentos únicos em família. Que diferença isso faz em nossas vidas. Guilherme, 1a3m, deu seus primeiros passinhos sozinho! E todos nós tivemos o privilégio de presenciar: mamãe, papai e vovó. Não consigo expressar nossa felicidade. Estávamos ansiosos para isso, mas acho que ele já sabia dessa pandemia e resolveu aguardar todos estarem em casa, só para termos essa alegria, aposto (risos). Entre uma planilha, uma troca de fralda, uma call, uma mamadeira, seguimos assim, participando de tudo – trabalho e família – de uma forma muito intensa e diferente. Ter a oportunidade de vivenciar “pequenas grandes” conquistas como essa, definitivamente, não tem preço.
Elaine Assao
Durante a minha vida, só tive duas certezas: a de que só não existe jeito para a morte e a de que eu queria ser MÃE. Quando recebi meu positivo para gravidez, eu fiquei tão feliz que parecia que tinha recebido o passaporte para o paraíso. Curti demais a gravidez; meu filho, João Pedro, desde sempre foi tão maravilhoso que nem mesmo os sintomas chatos da gravidez, eu tive. Ele é, sem dúvida, a melhor parte de mim, tornou-se o motivo maior para eu me tornar uma pessoa melhor a cada dia. Não desejo ser a melhor mãe do mundo, mas sempre procuro ser a melhor mãe que eu puder. Não meço esforços para fazer nada por ele, ele é minha calma, minha alegria, meu companheiro. Esta quarentena me proporcionou vivenciar coisas que jamais teria oportunidade. Vê-lo balbuciando as primeiras palavras, “brigando” com a Nina (nossa cachorrinha), ligando para o papai, ahhh não tem preço poder acompanhar de pertinho o desenvolvimento dele. Ele me faz visitar a parte mais linda da minha infância, me faz sentir o cheiro da casa da minha vovó quando faço bolos para o lanchinho da tarde! Ah João Pedro, como pude viver tantos anos sem conhecer esse amor que transborda o peito. A quarentena, por pior que seja o motivo, me deu de presente o que sempre estamos buscando: TEMPO. Tempo de qualidade com meu filho e minha família. Neste dia das mães, quero dizer bem forte o quanto eu te amo, filho.
Elizete da Silva
O isolamento social me fez refletir sobre muitas coisas, tanto no âmbito coletivo quanto na esfera individual. As gerações que estão na linha de frente em muitos aspectos nunca experimentaram uma grande crise. Isso nos permite olhar diversos aspectos das nossas vidas sob um outro ângulo. Dilemas, angústias, saudade, entre outras questões, fazem parte desta nova normalidade. Observar como estamos reagindo a tudo isso diz um pouco – ou muito – sobre nós mesmos. O início desta quarentena foi um período de difícil adaptação dentro do contexto familiar: de repente home office, homeschooling e todas as tarefas domésticas. Tudo isso misturado! Como consequência, muito estresse, excesso de cobranças em fazer o melhor em todos os lados da vida. Para mim, todos esses sentimentos foram se transformando, de certa forma. A chave foi diminuir as cobranças e avaliar cada momento como único e especial. Então, estou refletindo aqui: apesar de todo o caos no mundo, o isolamento é uma oportunidade muito rica de transformação. Há momentos de estresse, claro, mas também é uma oportunidade maravilhosa de fazer coisas que gosto, de estar perto dos filhos por mais tempo, poder me dedicar um pouco a projetos pessoais que me conectam com a vida. Tenho certeza de que essa nova normalidade tornará a nós – mulheres e mães – mais fortes e seguras da nossa capacidade de resiliência.
Fernanda Antonelli
Ver as minhas filhas cada vez mais unidas como irmãs, ter a oportunidade de estimular minha criatividade ao criar brincadeiras, ler muitos livros e, também, resgatar jogos que eu gostava durante minha infância. Sem dúvida, para mim essas são as lembranças positivas que ficam desta quarentena.
Helena Troper
Durante esta quarentena tive a oportunidade de trabalhar ao lado de meu filho. Nossa casa virou um coworking: dividimos a sala de jantar como espaço de trabalho e tem funcionado muito bem. O que realmente tem sido maravilhoso é acompanhar de perto a postura dele no trabalho. Esse garoto tem futuro! Me dei conta de que meu filho cresceu!
Katia Luz
A melhor definição para mim desse cenário é verdadeiramente “REFLEXÃO”. Precisava reinventar uma relação de harmonia com minha filha, que não vive comigo, quando na semana passada, tive a brilhante ideia de oferecer meu projeto pessoal para que ela dê seguimento. Estou certa de que isso irá fazê-la voar, e bem alto. Ela topou, está dando certo e tenho certeza de que será um grande aprendizado para nós duas.
Moema Figueiredo
O que essa quarentena e o grande momento de incertezas trouxe para mim de positivo: ressignificar o valor que as palavras “tempo” e “amor” ´representam meu dia a dia. Como mãe pude aprender ainda mais com a minha filha, Bella, de 3 anos. Não foi fácil e não é, de fato, mas melhoramos bastante a nossa rotina. Muitas vezes, não percebemos o quão simples é uma pausa de cinco minutos para ouvir o que ela tem a dizer. Criamos acordos que na maioria das vezes nos ajudam, embora haja situações mais difíceis, com choro e tédio. Mas seguimos aprendendo e nos entendendo. Ontem ela me surpreendeu e eu me emocionei. Estávamos brincando na cama e vendo desenhos na TV, quando ela fala para mim: “Mamãe estou muiiiittttooo feliz, sabia?”. Foi assim mesmo, com ênfase. Pois bem, perguntei o porquê de tamanha felicidade: “Porque estamos juntos todos os dias – eu, você, o papai e o Zen – o dia inteiro e não somente à noite. O vírus está la fora e não podemos sair”. Nos abraçamos, num profundo momento de conexão e ouvi: “Te amo mamãe”. Nunca esquecerei.
Nayara Andrade
Tanto a experiência do isolamento social quanto a do home office está sendo enriquecedora. O lado positivo, sem dúvida, é a união das famílias e a possibilidade de uma convivência mais íntima e colaborativa. A experiência atual nos tira da zona de conforto, já que há uma grande mistura – afazeres domésticos, cuidados com a família, trabalho remoto, providências para evitar a contaminação, tudo ao mesmo tempo! Estamos indo muito além do que achávamos ser possível. Este aprendizado seguirá com cada um de nós!
Sandra Santos
O cenário de quarentena me trouxe a percepção de que os pratos precisam se manter equilibrados, apesar de toda a correria. Mas é uma correria bem diferente daquela a que estamos habituados: é dentro de casa! Ao mesmo tempo em que o mundo parece tão pesado com as notícias do dia a dia, tenho refletido que o mundo dentro de casa deve ser leve e respeitoso. Afinal, todos estamos no mesmo barco e cada um de nós tem suas próprias questões e anseios num momento tão delicado. Como já dizia Mateus (6:34) “A cada dia basta o seu cuidado”.
Renata Nascimento
Escrever sobre a maternidade adotiva enquanto você está nas trincheiras dela é parecido com escrever sobre o divórcio quando você está passando por ele: as emoções correm desenfreadas e é difícil conduzir o tema com graça e objetividade. Ser madrasta é algo gigantesco, acreditem. É amar alguém que não tem “os seus olhos” ou o seu sorriso. E, se você se separar do pai dele, deixará de ser madrasta e talvez não o veja mais. E o que você faz com a saudade? Na minha vida toda, ouço o repetido jargão do tipo “mãe é quem cuida”, mas na prática, as coisas não são tão simples. Existe a mãe SIM! Ela existe, ela deu à luz, nela existe amor. Existe a madrasta SIM! Ela o recebeu pronto, em alguma fase da vida. Ela assumiu o compromisso, ela se desafiou, ela se dedicou, ela o amou sem saber, desde sempre. E o melhor: existe o filho SIM! Com emoções, temperamento, idade difícil, pensamentos, dúvidas, revoltas, amores, medos, vontades, inocência, planos, e muitas soluções… Eu me apaixonei pela risadinha manhosa que ele tem desde criança quando passamos a fazer parte da mesma família. Me apaixonei pela inteligência e pela esperteza dele, vendo-o avançar na adolescência com opiniões fortes e muitos questionamentos. Me comovi com o medo do inglês, do torneio de tênis, o medo do primeiro beijo e a primeira volta de carro pilotando, entre tantas outras descobertas. A aceitação dele foi cuidadosamente construída. Por ambos. Em dado momento, com tantos afazeres diários essa relação ficou meio estagnada. Desamparada ou até libertada. Mas aí veio a pandemia e, junto com ela, o isolamento social, a convivência maciça de uma família que nasceu pronta. Eu aprendi com minha mãe que a cozinha é o melhor lugar da casa. Foi na cozinha, fazendo um bolo de coco gelado, com recheio e cobertura, que nossa relação resplandeceu novamente. Um mimo que eu fiz para ele, para acalmar o coração que estava partido pelo rompimento do namoro de anos, um doce para abraçar e aquecer o corpo trêmulo de tristeza. Nenhuma palavra precisou ser dita. Somente nossos olhares já bastaram para dizer de um lado “Filho eu te amo” e, do outro, para dizer “Obrigada por me amar desse jeito”.
Mara Mulinari
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